lorem ipsul

Língua de Sinais neste Blog irá mostrar que não é nada estático e definido matematicamente, pois sofre influências culturais, sociais e regionais como qualquer outra língua. E que o respeito por um cidadão Deficiente Auditivo, é querer que o mesmo faça parte da nação, sendo assim um indivíduo atuante e capaz de exercer a sua profissão.

" A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA" Paulo Freire

terça-feira, 24 de maio de 2011

ESTUDOS LINGÜISTICOS EM LIBRAS.

        A língua possui um conjunto de palavras (vocabulário), além de suas regras gramaticais. Tratando-se de linguagem, significa que cada ser humano possui capacidade própria que o permite expressar seu pensamento através de uma língua.
        A lingüística é a teoria que estuda a linguagem e as línguas, sua estrutura e suas funções. Com base em descrições e explicações da teoria lingüística, mas com base nela, pode-se entender o que é linguagem e língua.
       É importante para professores entenderem e diferenciarem a linguagem e a língua, pois o modo como se concebe a natureza fundamental da língua, altera em muito o modo como se estrutura o trabalho com a língua em sala de aula.
        A concepção de linguagem é tão importante quanto a postura que se tem relativamente à educação. O autor Travaglia (2001, p. 21) fala que há três possibilidades distintas de gerar a linguagem: primeiro vê a linguagem como “expressão do pensamento”, isto é, que pessoas não se expressam bem porque não pensam bem. Então diz que “a expressão se constrói no interior da mente, sendo sua exteriorização apenas uma tradução”. Para ele “a enunciação é um ato monológico, individual, que não é afetado pelo outro nem pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação acontece”. Por isso os sujeitos surdos, além de adquirir a sua língua materna (Libras), são capazes de enunciar individualmente.
        A segunda possibilidade é a linguagem como instrumento de comunicação, como meio objetivo para a comunicação. Nessa concepção a língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. A teoria de Saussure enfatiza o caráter social da língua em que a língua é um objeto social em que os indivíduos a criam, produzem, compreendem e desenvolvem entre si. Para Chomsky, a língua é um objeto de estudo mental, pois a língua está associada à faculdade da linguagem, que é inata, ou seja, todos os indivíduos nascem dotados dela.
      Segundo Travaglia, (2001, p 23) “A linguagem é, pois um lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico”.
         Por esta razão, os usuários da língua ou interlocutores interagem enquanto sujeitos que ocupam lugares sociais e “falam” e “ouvem” desses lugares de acordo com formações discursivas que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais. Se a comunicação se dá pelo uso de fala e audição, então os surdos também falam e ouvem, porém falam com as mãos e ouvem com os olhos.
       Pelas concepções apresentadas acima é possível perceber que a universalidade da linguagem “não é apenas invenção cultural qualquer, mas o produto de um instinto humano específico” (PINKER, 2002).
        A língua é também um fenômeno eminentemente social. As línguas emergem sempre que dois seres humanos entram em contato. Um exemplo recente de nascimento de um língua ocorreu na Nicarágua, na América Central. Antes de 1970, não havia comunidade surda na Nicarágua. (PETTER, 2002) Os surdos viviam isolados uns dos outros, e se comunicavam com ouvintes por meio de sinais caseiros e gestos. Não havia uma língua de sinais nicaragüense, até que os surdos se encontraram e surgiu a partir daí uma língua de sinais nicaragüense.
       As pessoas confundem língua com linguagem, mas os surdos possuem uma língua, como estudos da área da lingüística, desde a década de 60, compravam. Os surdos possuem uma língua, uma cultura, questões históricas as quais merecem ser consideradas e estudadas por todos nós. É um erro comum dizer: "linguagem de sinais". O correto é língua de sinais, do mesmo modo que não se diz “linguagem portuguesa” ou “linguagem alemã”, mas sim língua portuguesa e língua alemã. Assim a
Lei Federal n° 10.436 de 24 de abril de 2002, traz oficialmente a Libras como Língua e isto é um grande passo para a comunidade surda. Esboço apenas o artigo primeiro desta lei:
Art. 1º - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único - Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual - motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (LEGISLAÇÃO FEDERAL)
       A Libras não pode ser estudada através do português, porque ela tem uma gramática própria, diferente da gramática portuguesa. As línguas de sinais são sistemas lingüísticos que passaram de geração em geração de pessoas surdas. São línguas que não se derivaram das línguas orais, mas fluíram de uma necessidade natural de comunicação entre pessoas que não utilizam o canal auditivo-oral, mas o canal espaço-visual como modalidade lingüística. As pessoas surdas podem aprender a ler português sem aprender a pronunciá-lo, da mesma forma que aprendemos língua estrangeira escrita sem saber pronunciar suas palavras.
        Retomando a reflexão feita sobre língua e linguagem, pode-se dizer que a Libras é uma língua materna para pessoas surdas que permite trabalhar com expressão de pensamento em linguagem, inclusive possibilitando a comunicação com seus atos lingüísticos e ainda como processo de interação.
        Quem pesquisou primeiramente a língua de sinais e comprovou que ela possui uma gramática foi William Stokoe, que era um lingüista escocês que vivia e trabalhava nos Estados Unidos. Em 1955, ele se tornou professor do Departamento de Inglês do Gallaudet College, hoje conhecido como Gallaudet University, uma universidade para surdos. Nessa época, ele não sabia nada de ASL (Língua de Sinais Americana). Ele teve que aprender alguns sinais ao mesmo tempo em que dava suas aulas em inglês, como a maioria dos outros professores. Nessa época, nem na Gallaudet havia aulas de ASL, pelo simples fato de que ninguém, nem mesmo os surdos consideravam a sinalização uma língua natural. Stokoe não demorou a perceber que existia uma diferença entre a sinalização que ocorria quando um surdo se comunicava com outro, e a que ele usava como acompanhamento de palavras em inglês, durante suas aulas. A partir daí, ele começou a observar cuidadosamente a sinalização usada pelos surdos e demonstrou que aquela sinalização era parte de uma língua autônoma, que seguia uma gramática própria. Stokoe, um ouvinte, que não sabia língua de sinais, descobriu a riqueza dos gestos e percebeu que nela havia uma gramática, e através das suas descrições, deu início a uma revolução nos estudos lingüísticos, mostrando para todo mundo que as línguas de sinais, são línguas naturais. Estes estudos exerceram e ainda exercem fortes influências nas pesquisas lingüísticas do Brasil e do mundo.

Fonte: Texto extraído do Curso de Graduação em Pedagogia-Licenciatura/Modalidade a Distância - UFGRS.

Um comentário:

  1. Slot Machines Casino Games for Android - JTM Hub
    Free Slot 경주 출장안마 Machines Casino Games 대구광역 출장안마 For 경기도 출장마사지 Android - Download this app 안성 출장샵 from the developer: Slot Machines Casino Games For your free games, slots are 정읍 출장안마 the best.

    ResponderExcluir